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EMBRAER – Governo dá Pedalada de R$ 1,4 Bilhão em Projetos Estratégicos de Defesa


Júlio Ottoboni
Especial DefesaNet

 
A direção da Embraer afirmou hoje, em teleconferência, que os contratos de defesa feitos com o governo federal foram renegociados para adequar as necessidades do cliente. No terceiro trimestre deste ano, a revisão dos custos contratuais, que estão mantendo o fluxo de pagamento, teve um efeito de US$ 30 milhões negativos no segmento de defesa, por causa da variação cambial entre as moedas Real em relação do Dólar norte-americano e renegociações contratuais com o Governo Federal.

O reflexo disto até o momento é de US$ 90 milhões no ano. E uma série de incertezas quanto ao futuro, que no entanto a Embraer prefere não tecer comentários mais objetivos sobre as relações com os atrasos e falta de pagamentos do governo federal em projetos alardeados pelo Ministério da Defesa como cruciais para o Brasil.

As análises foram do diretor financeiro da Embraer, José Antônio Filipo, que preferiu não comentar sobre o impacto da crise política brasileira na variação cambial. Preferiu dizer que todas as moedas do mundo estão se enfraquecendo em relação a moeda dos Estados Unidos. “O dólar forte para a Embraer tem efeitos positivos a longo prazo, pois nosso produto é dolarizado”.

O caça Gripen, batizado de F-39, no entanto, não está consumindo investimentos da Embraer, pois se trata de um avião no qual a Embraer não é a fabricantes, mas sim uma das empresas que estão envolvidas na montagem do aparelho. Filipo explicou que em relação ao custo da aeronave só haverá no futuro. “Aeronaves de custo é mais para frente”, explicando quando o caça for produzido no Brasil haverá a nacionalização imposta em contrato.

O fluxo de pagamentos por parte do governo brasileiro, que cortou diversos pagamentos de contratos vigentes, está mantido. Mas para isso ocorrer houve uma “reprogramação do contrato” do KC-390, que sofrerá o atraso de um ano em seu cronograma. O cargueiro será produzido em 2017 e começará as entregas em 2018. Desta maneira a Embraer espera ter conseguido o ‘equilíbrio’ junto ao cliente, que é o Ministério da Defesa via Comando a Aeronáutica.

As dívidas do governo de Dilma Rousseff junto à empresa já alcança na moeda nacional a marca de R$ 1,399 bilhão. A Embraer retomou ontem (26), já no final de outubro, os testes com o KC-390, depois do primeiro voo realizado em fevereiro deste ano.

Não mencionado, mas segundo fontes DefesaNet pode obter os seguintes programas estão paralisados, alguns dese 2013:

– Modernização caças F-5E/F (lote Jordania) assinado em 2011;
– Modernização do caça A-1 (AMX), de 43 aeronaves previstas deverá ser um número bem menor, mas cujas atividades estão paralisadas, e,
– Modernização das Aeronaves E-99 (AEWCS).

Também afetado os contratos do SISFRON e modernização da aeronave A-4 da Marinha do Brasil.
 
Em relação ao caixa da empresa, o consumo dos valores nos primeiros trimestres deste ano foram de US$ 100 milhões para o desenvolvimento do E2. “É natural e previsível isso, nossa previsão é ter um resultado negativo ou melhor que isso”, concluiu o executivo.

DESTAQUES da Demonstração de Resulatdos do 3º Trimestre 2015
 
– No 3º trimestre de 2015 (3T15), a Embraer entregou 21 aeronaves comerciais e
30 executivas (21jatos leves e nove grandes). No acumulado dos primeiros nove meses de 2015 (9M15), foram entregues 68 aeronaves comerciais e 75 executivas (57 jatos leves e 18 grandes);
 
– Durante o 3T15, a Companhia anunciou 20 pedidos firmes para a atual geração dos jatos comerciais E-Jets, totalizando 146 pedidos firmes neste ano para ambas as gerações dos E-Jets;
 
– A relação entre o número de pedidos recebidos versus o número de aeronaves entregues (book-to-bill) do segmento de Aviação Comercial ficou acima de dois nos primeiros nove meses de 2015;
 
– A carteira de pedidos firmes (backlog) terminou o trimestre em US$ 22,8 bilhões, Ante US$22,9 bilhões no 2T15 e US$ 20,9 bilhões no final de 2014;
 
– Como resultado das entregas de aeronaves, bem como da receita do negócio de efesa & Segurança, a Receita líquida atingiu R$ 4.577,  3 milhões no 3T15, representando crescimento de 62% quando comparada ao mesmo período do ano anterior;
 
– As margens EBIT1 e EBITDA² atingiram 6,7% e 12,5%, respectivamente, no 3T15, crescendo em relação às margens de 5,6% e 11,0%, respectivamente, do 3T14;
 
– O Prejuízo líquido atribuído aos acionistas da Embraer foi de R$ 387,7 milhões
e o  Prejuízo por ação foi de R$ 0,5318 no 3T15. Excluídos o Imposto de renda e contribuição social diferidos, o Lucro líquido ajustado foi de R$ 255,1 milhões ou R$ 0,3499 por ação;
 
– A Embraer teve um Uso livre de caixa de R$ 528,9 milhões durante o 3T15;
 
– A Embraer reitera todas suas estimativas financeiras e de entregas para 2015
 
A EMBRAER Defesa & Segurança

A Embraer Defesa & Segurança é líder na indústria aeroespacial e de defesa da América Latina. Além das aeronaves A-29 Super Tucano, de ataque leve e treinamento avançado, e KC-390, de transporte militar multimissão, oferece uma linha completa de soluções integradas e aplicações de Comando e Controle (C4I), radares, ISR (Inteligência, Vigilância e Reconhecimento) e espaço. Isso inclui sistemas integrados de informação, comunicação, monitoramento e vigilância de fronteiras, bem como aeronaves para transporte de autoridades e missões especiais. Com crescente atuação no mercado global, os produtos e soluções da Embraer Defesa & Segurança estão presentes em mais de 60 países.

Dada a assinatura do contrato de financiamento entre o Governo Brasileiro e a Agência de Crédito para a Exportação da Suécia, o contrato entre Embraer e Saab para gestão conjunto do Projeto F-X2 da Força Aérea passou a ser efetivo a partir de setembro de 2015.

Nos termos deste acordo, a Embraer será responsável por uma quantidade considerável do trabalho em desenvolvimento de sistemas, integração, testes de voo, montagem final e entregas de aeronaves. Ainda, também participará da coordenação de todas as atividades de desenvolvimento e produção no Brasil.

Além disso, a Embraer e a Saab serão responsáveis pelo desenvolvimento completo da versão biposto do Gripen NG. Em outubro de 2015, a Embraer enviou o primeiro grupo de brasileiros para o início do processo de transferência de tecnologia e já iniciou as obras do Centro de Projeto e Desenvolvimento do Gripen na planta industrial de Gavião Peixoto, no Estado de São Paulo.

Com relação ao Programa KC-390, o protótipo realizou testes de solo e se preparou para retomar sua campanha de ensaios em voo, que espera-se reiniciar em outubro de 2015.

O Programa de Apoio Aéreo Leve (LAS, em inglês), da Força Aérea dos Estados Unidos, recebeu mais duas aeronaves A-29 Super Tucano no terceiro trimestre, totalizando dez aeronaves entregues no período.
 
O Programa do Satélite Geoestacionário Brasileiro de Defesa e Comunicação (SGDC) segue sua execução conforme planejado, tendo construído as bases das antenas do projeto em Brasília e Rio de Janeiro e recebido no Brasil o primeiro embarque dos equipamentos do segmento de solo do SGDC.
 
Ainda, em julho de 2015, o Consórcio Águas Brasileiras, formada pela Embraer, Bradar e Savis para a concorrência do SisGAAz (Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul), reuniu-se com a Marinha do Brasil para apresentação da proposta e esclarecimento de dúvidas da Comissão de Avaliação. A proposta foi entregue em janeiro de 2015.

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